Aos três discípulos Jesus dissera que nada falassem aos outros antes da sua ressurreição dos mortos e nada entenderam (Mc 9,9-10).
Não se trata da re-animação de um cadáver. O reanimar pessoas clinicamente mortas pertence à habilidade dos médicos.
Também a ressurreição de Jesus não é a mesma coisa que a ressurreição do jovem de Naim (Lc 7,11-17), da filha de Jairo (Mc 5,22-24.35-43) ou de Lázaro (Jo 11,1-44). Na verdade, estes três ressuscitados depois de um certo tempo de vida (como a tinham antes), acabaram morrendo novamente. Com estas ressurreições Jesus quis manifestar que ele era o Filho de Deus, senhor da vida e da morte.
Na ressurreição de Jesus aconteceu algo totalmente diferente. A ressurreição de Jesus é uma evasão para um gênero de vida totalmente novo, “não mais sujeita à lei do morrer e do transformar-se, mas situada para o além disso – uma vida que inaugurou uma nova dimensão de ser homem”.
Não se trata, portanto, de um acontecimento comum, mas muito singular que não pertence apenas ao passado. Trata-se de uma “mutação decisiva” (!), um salto de qualidade. Na ressurreição de Jesus foi alcançada uma nova dimensão de ser homem. Isto interessa a todos e abre um futuro, um novo gênero de futuro para nós e para todos os homens.