Qualquer cristão que tenha o uso da razão pode e deve receber este Sacramento quando em perigo de morte por doença, acidente ou velhice. A Unção pode ser repetida se o doente convalescer ou se encontrar em situação mais grave ou também se a fragilidade da pessoa idosa se agravar. Também pode ser administrado antes de uma internação cirúrgica se a doença for mais grave.
O perigo de morte deve estar no corpo da pessoa (doente, acidentado, idosa) para que seja ungida. O perigo de morte devido a causas externas (soldados que vão ao combate, criminoso antes de ser executado = confissão, sim) não habilita ninguém a receber este Sacramento. Ex.: O Pe. Francisco Lollatto reunia os velhinhos da sua paróquia numa missa solene e administrava-lhes este Sacramento.
Às vezes, pessoas que tem o direito de receber a Unção morrem sem recebê-la por descuido ou por carinho errôneo dos que as assistem por desconhecerem os fins deste precioso Sacramento. A Unção não é para os que estão por exalar o último respiro, mas para todos aqueles cujo estado de vida permita pensar que estão em perigo de morte por causa da doença, do acidente ou da velhice ou porque o diagnóstico médico avalia o estado físico simplesmente sério. O princípio básico é chamar o sacerdote a tempo de tal modo que o Sacramento possa produzir os efeitos espirituais e corporais no paciente. Se uma pessoa está doente e precisa de médico é a hora em que a pessoa responsável pelo doente avise também o padre porque não se chama, normalmente, o médico por qualquer doença sem importância. O sacerdote se informará sobre o caso e fará uma visita ao doente para abençoá-lo, dar-lhe uma palavra de conforto, atendê-lo em confissão se o doente assim o desejar, levar-lhe a Sagrada Comunhão e, se solicitado e oportuno, administrar-lhe a Santa Unção.
A visita do padre não cria um “trauma” no doente. “Não queríamos assustar a mamãe dizendo-lhe que estava muito mal!”. O doente sente e vive a sua situação. São as pessoas ao redor que pensam que o doente se assustará. Se eu (ou tu) estivesse em perigo de morte quereria ser avisado ou não? Ninguém morre por ter recebido a Unção dos Enfermos. Ela deve ser recebida quando o doente está consciente para poder usufruir dos efeitos do Sacramento. O sacerdote pode administrar este Sacramento enquanto não houver a certeza da morte.
Os preparativos na casa para a celebração da santa Unção:
Quando o sacerdote vai visitar a vovó não precisa preparar nada. Mas quando ele diz que vai levar a Sagrada Comunhão, coloca-se uma mesinha (ou cadeira, ou parte superior da cômoda...) junto à cama do enfermo; cobre-a com um pano branco e limpo; coloca em cima um crucifixo ladeado por uma ou duas velas; um aspersório ou pratinho cheio de água com um raminho e um copo de água para que o sacerdote possa purificar os dedos após a comunhão e um paninho para enxugá-los. A família ou as pessoas podem estar no quarto e ajoelhar quando o padre coloca a Sagrada Comunhão sobre a mesinha e podem rezar com o sacerdote. Ele pode pedir que as pessoas se retirem por um momento para atender a confissão do enfermo. Terminada a confissão o sacerdote chama novamente as pessoas para que rezem com ele e acompanhem a Unção.
Quando o perigo de morte é eminente, o doente recebe, além da Confissão e da Unção, a Sagrada Comunhão em forma de Viático (traduzido do latim significa “provisão para a viagem”) e o sacerdote diz: “O Corpo de Cristo te guarde e te conduza à vida eterna”. Como viático a Sagrada Comunhão pode ser recebida a qualquer hora do dia, mesmo que já tenha comungado neste dia.