Já ficaram muito conhecidas as palavras do nosso Papa Francisco: “Eu quero uma Igreja em saída!”. Por que será que o Papa insiste tanto nesse ponto? É porque existem dois tipos ou modelos de Igreja muito conhecidos.

 

O PRIMEIRO MODELO: É uma Igreja presa dentro do templo, preocupada só com as coisas do altar. Esse modelo de Igreja não se importa se o bairro todo está por fora de tudo... Ora, a maioria do povo de nossos bairros é formada de gente que nós batizamos. Depois esquecemos ou abandonamos.

Veja só: ainda acontece que gente de dentro do templo fale que “esse povo do bairro não tem fé”. Fala assim, como se o bairro todo pudesse caber dentro de um minúsculo templo. Uma Igreja que pensa desse jeito não é uma Igreja missionária. Uma Igreja assim vai perdendo a credibilidade. Vai se acabando aos poucos...

O SEGUNDO MODELO: É uma Igreja em saída. É o modelo de Igreja missionária. Uma Igreja que enxerga longe. Uma Igreja que enxerga o bairro todo. É uma Igreja que vai às casas dos irmãos, de todos os irmãos, sobretudo, dos mais esquecidos. Nessa saída, a Igreja Missionária vai adquirindo mais credibilidade.

Sim, uma Igreja que sai à procura dos irmãos é uma Igreja viva e missionária. É viva. Ela reza pedindo a Deus: “Põe sangue novo nas veias da tua Igreja!” - A comunidade viva NÃO SE ESQUECE DOS GRUPOS DE FAMÍLIA. Onde existem grupos de família, a Palavra vai “circulando” cada vez mais nas veias da comunidade.

Diz o Documento de Aparecida: “Os melhores esforços da paróquia devem estar a serviço da convocação e da formação de leigos missionários” (DA, 174). “A Igreja, com novo ardor missionário deve se manifestar como mãe que vai ao encontro dos afastados. A Igreja deve ser uma casa acolhedora de todos” (DAp, 370).

Texto que não podemos esquecer: “A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes. Ela penetra até o ponto onde a alma e o espírito se encontram, e até onde as juntas e as medulas se tocam; ela sonda os sentimentos e pensamentos mais íntimos. Não existe criatura que possa esconder-se de Deus; tudo fica nu e descoberto aos olhos dele; e a Ele devemos prestar contas” (Hebreus 4,12-13).

Em linguagem bem nossa: “A Palavra de Deus, quando bem assimilada por nós, vai nos organizando em grupos de famílias e gente que visita as famílias; ela contagia os membros dos grupos e demais pessoas com um tal ardor missionário que os leva a sair dois a dois em missão por todos os cantinhos de nosso bairro. Nenhum lugar fica esquecido, nenhuma casa é deixada de lado...”

Temos de aprender com o Mestre. Jesus não se prendeu no templo como os mestres da lei. Ele saiu pelas ruas e casas, e ensinou os discípulos a fazerem o mesmo.

JESUS ORGANIZOU OS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS e os enviou dois a dois (Mc 6,7).

Enviou-os para um setor determinado... Ele falou bem claro: “Vocês vão primeiro às ovelhas perdidas da Casa de Israel” (Mt 10,6).

Não brincar de missionários. Nada de aventura arriscada. É preciso ir ao lugar certo e às pessoas certas que deverão ser atingidas logo. Temos de ir às pessoas mais esquecidas e que já estão esperando uma visita nossa.

NADA DE MORALISMO OU LEGALISMO. Moralismo é a mania de ficar corrigindo os outros. Legalismo é mania de ficar botando normas em cima dos outros. Jesus dizia que o “sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” (Mc 2,27).

Portanto, evitar falar de normas e mais normas, de leis e mais leis da Igreja. Não ficar falando de curso disso, curso para aquilo. Uma visita dessas acaba irritando as pessoas.

JESUS LEVAVA A SÉRIO CADA PESSOA. Ele fazia como aquele pastor que foi à procura da ovelha que havia se afastado das outras (Mt l8,12-14). O pastor não tratou mal a ovelhinha que estava desgarrada.

Temos de ir à procura das ovelhas afastadas sem tratá-las mal. Ir com respeito e amor, pois elas são nossas irmãs. Elas são de Deus como nós também somos.

A TERNURA DE JESUS. Há textos do evangelho que nos mostram claramente que a Missão é obra de Deus. Por exemplo: naquele texto que narra o episódio da visita de Jesus à cidade de Naim onde Jesus ressuscitou um morto, filho único de uma mãe viúva. (Lc 7,11-17). Logo que o milagre aconteceu, povo exclamou dizendo: “Deus visitou seu povo!” (Lc 7,16).

Quem parte para a missão, acaba vendo de tudo. Vê gente rindo, vê gente chorando. Vê gente deprimida, gente que até já perdeu o gosto de viver. Vê gente que precisa de nossa visita missionária.

Quando o católico visita e “levanta alguém” que estava derrubado, a família e a vizinhança falam: “Foi Deus que trouxe você aqui!” - Sim, a verdadeira visita da Igreja, Deus visitando o seu povo, com certeza.

Não nos esqueçamos: a Igreja é maior do que o templo. O Reino de Deus é maior do que a Igreja. Jesus disse que o Reino de Deus é como uma semente (Mt 13,31). O mundo é o campo onde deverão ser semeadas as sementes do Reino de Deus. Temos de semear no mundo os valores do Reino de Deus: “Reino de Justiça, de Paz e de Alegria” (Rm 14,17). Eis a missão do cristãos leigos, batizados, discípulos missionários. Coragem! O Caminho se faz caminhando.

Padre Jacó André Wuaden

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